EX-SECRETÁRIO DE MEIO AMBIENTE FOI O ÚNICO DOS TRÊS LAGEANOS OUVIDOS QUE ADMITIU RECEBER DINHEIRO DA SERRANA. MAS APONTOU QUE ERA PARA CAMPANHA ELEITORAL
Desde o princípio do envolvimento de Enori Delfes na operação Mensageiro, a defesa dele feita pelos advogados Eduardo Soares e Sandro Anacleto tem confirmado a narrativa sobre suposto crime eleitoral e não de outra espécie cometido pelo ex-secretário. E o posicionamento do réu, ouvido na audiência da terça-feira, 18, voltou a ter a mesma linha de raciocínio durante sua manifestação em juízo. Delfes admitiu que recebeu valores da Serrana, mas observou que aquilo relatado no processo é exagero. E que os montantes recebidos seriam para custear parte dos gastos de sua campanha a vereador em 2020.
CAIXA DOIS
No depoimento o próprio Delfes observou que não visualizou à época, ilicitude na prática de coletar os valores para o projeto da campanha eleitoral. E que acabou passando o montante recebido a outra pessoa ao desistir de concorrer. Ao todo teria recebido R$ 70 mil. Mas entende que é dinheiro para campanha eleitoral e que não teria ocorrido qualquer pedido em troca da empresa. A narrativa, portanto, insiste na tese de que não caberia a essa esfera do Judiciário o julgamento do processo contra Delfes, mas à Justiça Eleitoral pela prática do chamado caixa dois.
Como há materialidade de prova envolvendo Delfes no recebimento de valores, ele apontou que eram recursos para ajudar na sua campanha a vereador na disputa de 2020. A prática também é crime, mas se aceita a versão, teria que ser processado em outra esfera judicial, no caso a Justiça Eleitoral