AFASTAMENTO DE JULIANO POLESE AMPLIARIA A INSTABILIDADE POLÍTICA NA PREFEITURA DE LAGES
Vereador Jair Júnior (Podemos) sofreu dupla derrota ao tentar ver o prefeito em exercício Juliano Polese submetido a um processo de impeachment. Primeiro por causa do placar de 10 a 05 contrário à admissibilidade do processo. Segundo porque a irmã do vereador integrou o grupo de professores que assinou o pedido para tentar tirar Polese do cargo pelo não pagamento do piso do magistério.
DECISÃO SURPREENDE
De certa forma, considerando o desgaste enfrentado por vereadores por terem votado contra a abertura de processo de impeachment do prefeito afastado e preso domiciliarmente Antonio Ceron – muitos se arrependeram do voto contra – havia crença de que esse procedimento contra Juliano Polese teria parecer favorável da maioria. Mas o próprio Jair Júnior foi às redes sociais no pós-feriado informar que o prefeito em exercício passou o final de semana prolongado costurando apoio (dos vereadores) para evitar a ‘degola’.
DEU NO QUE DEU
E porque, de fato, o placar indica que houve costura política, o resultado sacramentou mais uma derrota da oposição. Embora se considere que o impeachment de Polese seria ainda mais prejudicial à instabilidade administrativa da prefeitura, considerando que o presidente da Câmara, Aldori Freitas, assumiria o cargo de prefeito, depois, haveria eleição dentro do legislativo para se escolher aquele que cumpriria o mandato tampão e tudo isso engessaria ainda mais as ações que já estão desaceleradas.
A título de ilustração do conteúdo, nos momentos que antecederam a decisão que foi contrária ao impeachment, parte dos vereadores foi para o trecho na Avenida Camões experimentar um pastel com laranjinha. Voto contrário ao impeachment de vereadores como Nei Casa Nossa foi uma das surpresas na noite da terça-feira, 02.
ENTENDAMOS QUE…
Embora o vereador Jair Júnior, no sagrado direito de contestar as coisas postas, tenha declarado que, com a decisão contrária ao impeachment, a Câmara de Vereadores autorizou o não pagamento do piso do magistério, isso não procede. Mesmo se Polese fosse afastado não significa que quem o substituísse iria passar a pagar o piso.
E…
O poder que a Câmara de Vereadores tem para autorizar ou não o pagamento do piso é zero. Mas Jair Júnior, no papel de pré-candidato a prefeito pode comemorar, o episódio foi mais um tijolinho na construção do muro de desgaste do grupo político que administra Lages. Se é que a essas alturas há mais o que ser desgastado por tudo que está posto!
Jair Júnior, o derrotado vencedor no episódio que tentou tirar outro prefeito do cargo em Lages. Jair que por sinal, depois de Carmen Zanotto e Marcius Machado é o que melhor aparece em levantamento espontâneo sobre a disputa à prefeitura de Lages que tivemos acesso no mês passado.
POR FIM
O resultado da votação no episódio do impeachment em Lages, caso o desdobramento fosse diferente, faz lembrar a frase daquela senhora que também foi alvo do referido processo:
“Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”.