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‘Ninguém quer saber de Festa do Pinhão’

CÂMARA DE VEREADORES CHAMA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER O EVENTO. MAS O DEBATE SE MOSTROU ESVAZIADO

E até há razão de certa indiferença a uma discussão sobre o que chamam de ‘modelo’ de Festa do Pinhão. Ocorre que o maior evento de Lages – e fundamental para a cidade – não passará por transformações com debate e sim com ação prática, no papel, no contrato, na fiscalização, na exigência. Fora isso, é tudo perfumaria e politiquismo.

OBSERVE-SE QUE…

Há ponderações porque a empresa Opus, que realizou as duas últimas edições, não enviou representante ao debate da Câmara. Alguém informou aos vereadores sobre o que é a Opus? A empresa é de um gigantismo no entretenimento tamanho que não vai vir debater varejo de um evento cujo modelo que ela pode fazer é isso que está sendo feito. Fora tal modelo de grandes shows monetizando a organização com a bilheteria, difícil alguma empresa se interessar. Logo, podem debater a vontade, mas não contem com empresas como a Opus para a discussão.

QUAL O MODELO IDEAL?

São Joaquim realiza a Festa da Maçã em um modelo interessante. Não dá para dizer que é ideal porque ainda há custo aos cofres públicos. Mas a empresa que contrata os shows coloca o público em uma arena dentro do parque e fica com a bilheteria. O acesso à festa, exposições, cultura, ocorre sem que o visitante precise pagar. É um modelo híbrido com os grandes shows em espaço próprio e o parque aberto para receber apresentações culturais, nativistas, gastronomia e assim por diante.

Sempre oportuno atualizar o ‘prejuízo’ da Festa do Pinhão quando era tocada pela prefeitura. Os valores se referem ao período anterior à terceirização e as duas últimas edições do relatório acima já com a iniciativa privada tocando.

E…

Observe que em 2011 e 2013 o evento custou quase R$ 5 milhões cada edição aos cofres municipais. E 10 anos depois, com os cachês dos artistas nas alturas esse ‘prejuízo’, no mínimo, dobraria. Daí que o modelo com a iniciativa privada tocando é o ideal. Algumas correções são salutares, mas isso depende do teor do edital a ser colocado na praça, via licitação.

O RISCO AO PODER PÚBLICO

Há quem veja esse chamamento para ‘debater o modelo’ uma forma de tentar desgastar o evento ao ponto da futura administração – independente de quem seja prefeito ou prefeita – puxe para a prefeitura a realização. Se no passado houve edição com quase R$ 5 milhões de prejuízo, nos dias de agora não seria surpresa que a prefeitura realizasse e as finanças públicas tivessem que marchar com R$ 10 milhões ou mais de prejuízo. Daí que tentar desgastar o modelo atual para criar essa necessidade da prefeitura ‘assumir’ seria um desastre para um município que não tem dinheiro nem para garantir boa infraestrutura nos bairros e não pode se dar ao luxo de despejar dinheiro em um evento que pode ser feito de outra forma.

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