OPÇÃO PELA NÃO ADESÃO AO SISTEMA ELETRÔNICO CAUSOU SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE E SÉRIE DE IMPRUDÊNCIAS
Houve tempo que percorrer algumas vias de Lages fazia condutores se auto patrulharem no limite de velocidade com receio de notificações. Ao chegar a semáforos, todos reduziam a velocidade para evitar passar no vermelho e não exceder o limite constante da indicação. Foram tempos de modernidade, penalizando apenas motoristas desatentos e, principalmente, imprudentes.
SETE ANOS DE DEUS NOS ACUDA
Quando assumiu como prefeito em janeiro de 2017 o prefeito Ceron, por opção ou induzido por algum aconselhamento, resolveu não realizar licitação para manter o sistema eletrônico. Era dada a senha para que Lages se transformasse nesse Deus nos acuda. O motorista lageano, eu, você, a grande maioria, não somos prudentes. Não praticamos (a maioria, pelo menos) a direção defensiva. Cinco minutos numa avenida vai confirmar isso. E a culpa é de quem? Do poder público que deixou de implementar o sistema de modernização com redutores eletrônicos e câmeras nos semáforos.
FATO E LAMENTÁVEL
Caso uma única pessoa tenha perdido a vida nesses 7 anos (2017 a 2022) devido à imprudência e que o sistema eletrônico poderia ter sido evitado, já é motivo de lamentar e chacoalhar a cabeça diante da postura omissa dos gestores de trânsito da cidade. Mas infelizmente, foram vários óbitos. Lageanos perderam a vida devido à teimosia de não aderir ao sistema de redutores eletrônicos, furões (câmeras em semáforos) e outros mecanismos inclusive mais modernos disponíveis no mercado.
CAMPANHA NÃO RESOLVE
“Foi pedido que fosse realizada uma campanha impactante, então é para chamar atenção tanto do motorista quanto dos pedestres, ciclistas e motociclistas para mostrar o risco que as pessoas correm no trânsito”. Palavras da principal autoridade de trânsito do município, Newton Silveira Júnior, Diretor de Trânsito, durante a sessão chamada pela vereadora Suzana Duarte para avaliar a campanha implementada e que visa conscientizar as pessoas. Mas a campanha só faria sentido se partisse de uma situação sob controle, agregando-se às políticas de segurança no trânsito. Mas tais políticas inexistem. Lages peca muito nesse segmento.
INEFICIÊNCIA DE CAMPANHA
De cada 100 veículos que aceleram na avenida Carahá depois do semáforo do Letti, pelo menos 90 excede os 67 km/h (limite para o local sem ser multado por excesso de velocidade). Nenhum deles reduz e pensa: “Ah! tem uma campanha, vou reduzir a velocidade”. Mas se tivesse redutor eletrônico ali na frente do Empório das Carnes, os 100 iriam reduzir a velocidade ao pensar: “Vou trafegar dentro do limite de 60 km/h do contrário serei multado”. Ou seja, só o risco da punição faz a submissão.
Newton Silveira, o Niltinho com vereadores na discussão sobre a campanha que tenta a conscientização no trânsito. Registre-se que a Diretran não tem culpa do trânsito mal gerido porque o dinheiro é centralizado e as decisões não são, em regra daqueles que tentam pensar o setor. Depende sempre do querer do ‘gabinete’.