A RECUPERAÇÃO JUDICIAL ABRANGE PESSOAS JURÍDICAS QUE INTEGRAM O SHOPPING LAGEANO E SE CONSTITUI MEDIDA PARA PROTEGER O FUNCIONAMENTO DO EMPREENDIMENTO
Fugindo um pouco da prática preguiçosa de puxar conteúdos da grande mídia sobre assuntos que dizem respeito à economia local, fomos atrás de informações que envolvem a busca de guarida via recuperação judicial do grupo que administra, entre outros, o Lages Shopping Center. É que o assunto reverbera na cidade dando a impressão que esse desdobramento pode levar o shopping a fechar as portas. E tal providência se constituem exatamente medida para proteger o funcionamento da estrutura.
ENTENDA O QUE ESTÁ ACONTECENDO
Tivemos acesso – porque é pública – à petição inicial onde 13 (isso mesmo, treze!) pessoas jurídicas, sendo três de Lages, protocolam pedido de recuperação judicial. A solicitação versa sobre quatro shoppings e suas estruturas complementares como estacionamentos. No caso de Lages é o Lages Shopping Center, a Associação do Lages Garden Shopping e o Lages Garden Estacionamento e Eventos.
O QUE LEVOU A ESSA MEDIDA
No histórico para justificar o pedido, a banca de advogados faz um resgate da crise que afeta o setor agravada pela pandemia. Tem dados oficiais do IBGE indicando a retração da economia e os efeitos decorrentes disso. Aponta inclusive a ‘aceleração digital’ gerada pela pandemia e as incertezas pós-período pandêmico.
E NESSE CENÁRIO
Para construir os shoppings objeto do pedido de recuperação judicial, o grupo obteve linha de credito do Bradesco. A transação teve como garantia a alienação fiduciária dos próprios imóveis onde estão estabelecidos os shoppings. O valor da dívida dupera o meio bilhão de reais (cerca de R$ 550 milhões).
ACONTECE QUE…
O Bradesco deu início à chamada consolidação da propriedade fiduciária dos imóveis. O banco está aplicando o contrato e tomando a garantia. “O que poderá resultar na paralisação das atividades empresariais, fechamento dos shoppings, demissão de funcionários, inviabilizando a medida de recuperação judicial e redundando em prejuízo irreparável aos demais credores, consumidores e interessados”, justifica a peça ao pedir a recuperação judicial.
SIGNIFICA DIZER QUE…
A recuperação judicial ocorre para que o Bradesco ‘não tome conta’, não assuma a propriedade dos imóveis – os prédios dos shoppings em si. Assim, o grupo proprietário ganha fôlego para pagar os credores – inclusive o Bradesco, sem colocar em risco o funcionamento das estruturas. Embora o banco informe nos autos que a ideia seria ‘pegar’ os shoppings para entregar a um grupo ou fundo gestor, sem risco aos empreendimentos.
O QUE SIGNIFICA AO CONSUMIDOR?
Significa que lá na ponta, no empreendimento, no caso, aqui em Lages, não há mudança. Os gestores de cada unidade seguem administrando nos mesmos moldes, agregando negócios, com alternância rotineira de lojas e opções.
A informação de desemprego, demissões, por exemplo, não prospera, porque a recuperação judicial não alcança quem tem negócios no shopping. Caso o Bradesco ‘assumisse’ o imóvel não afetaria um negócio, mas todo o empreendimento.
Embora consta que a ideia do banco – pelo que se cogitou e conste na manifestação – seria de criar um fundo de investimentos para adminsitrar e manter os shoppings também.
Ou seja, com o grupo atual ou com o Bradesco, os shoppings têm futuro. Até porque a tendência é que o varejo volte a bombar amanhã ou depois…
O Bradesco financiou a construção dos shoppings e agora apresenta a conta ao grupo controlador dos empreendimentos, inclusive o shopping de Lages
Bom para quem conhece a história por trás e acompanhou o investimento do Fundo de investimento do Pátria no Grupo Tenco em meados de 2012 a 2014, onde a Tenco seria a empresa certa para receber o aporte de mais de 1 bilhão de reais para a criação de uma rede de shopping center em cidades do interior do Brasil. Neste período o Grupo Tenco começou a adquirir e construir shoppings center pelo país chegando a ter 12 shoppings. Mais tinham metas ambiciosas e sem nenhum controle de gestão financeira tornaram toda a grana dos investidores do grupo Pátria e ainda pegaram mais dinheiro do Bradesco para manter os shoppings funcionando até o período de maturação que eles acreditavam ser de 4 anos. Mais se esqueceram que os empreendimentos foram contruidos em cidades sem cultura de shopping center onde a maioria de seus clientes utilizam eles nos finais de semana e agora se aproxima de 10 anos desde a inauguração e os shopping não estão maturados. Ou seja não dão lucro e não darão lucro por um bom tempo. Com isso os investidores que pediram uma auditoria externa para ver a situação financeira de seus shoppings entre 2018 e 2020 chegando ao resultado que tinham perdido todo seu investimento e se quisessem continuar teriam que investir no mínimo mais ou menos 350 milhões. Quando se depararam com o tamanho do rombo e viram que haviam perdido todos seus investimentos não quiseram fazer mais aporte. E a estratégia era prorrogação dos contratos com o Bradesco e se desfazer de todos os shoppings com isso se blindar pe processos que fosse respingar na Tenco e no Pátria Investimentos que possui mais de 33 bilhões em outros investimentos. No tempo que trabalhei para o grupo tenco eu pude ver o tanto de dinheiro desviado de todas as formas como participação de lucros paras os funcionários sem ter mesmo dado lucro em todos estes anos. Várias Despesas sem explicação além da cobrança de condomínio dos locatários abusivas e sem a devida prestação de contas.