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Operação, condenação, morte e inocência

SEIS ANOS DEPOIS O TCU CONCLUI NÃO HAVER IRREGULARIDADE EM DENÚNCIA QUE LEVOU REITOR DA UFSC A SE MATAR EM SC

Da Revista Veja aos principais portais de notícia do País, assunto que prevaleceu no noticiário do final de semana foi a conclusão do TCU ao julgar improcedente e arquivar representação que apontava irregularidades no Programa Universidade Aberta. Significa, portanto, que o TCU não viu irregularidades e/ou ilegalidades que levaram à prisão do então reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier. Após ter sido preso, abalado com a repercussão e convicto que não havia cometido irregularidade, Cancellier se matou, jogando-se do vão central do Beiramar Shopping em Florianópolis. O gesto desesperado foi uma forma de chamar a atenção à injustiça que havia sofrido, confirmada agora com o parecer final do TCU.

‘QUEM MATOU CANCELLIER?’

O episódio serve de reflexão nos tempos de agora do pré-julgamento que se exterioriza em redes sociais e meios de comunicação – e até mesmo da inclusão de pessoas em operações policiais que depois resta confirmada a ausência de culpa. Quem causou a morte do reitor? Quem contribuiu, com uma linha escrita, um comentário, um áudio, para permitir o trágico desfecho?

E MAIS?

Será que não há nenhum Cancellier nos tempos de hoje sendo apontado como responsável por isso e aquilo e, lá no final, restará evidenciada a ausência de culpa? Dentro da máxima de que é melhor ‘deixar escapar um culpado’ que condenar (inclusive nas redes sociais e meios de comunicação) um inocente, o que estamos fazendo para não levar outros Cancelliers a atos desesperados?

Cancellier, o reitor da UFSC que se matou após ser submetido à prisão em operação no ano de 2017. Seis anos depois o TCU aponta que não havia irregularidade naquilo que o levou a ser preso

Não que isso traga o reitor de volta à vida, mas tão logo soube do despacho do TCU enviado à UFSC, o Ministro da Justiça publicou o conteúdo acima. Flávio Dino pode até punir pessoas de instituições que contribuíram para o ocorrido contra Cancellier, mas o massacre nas redes sociais e meios de comunicação, quem pune?

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