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Procon e o reajuste dos combustíveis

HÁ RESISTÊNCIA PARA ENTENDER QUE PROCON NÃO TEM PODER PARA REGULAR VALOR DOS COMBUSTÍVEIS NAS BOMBAS

Em um debate, daqueles desnecessários em grupo de rede social, sem tirar a razão das reclamações sobre a alta do preço do diesel e da gasolina, houve quem observasse que o problema de Lages é a falta de ação do Procon em relação ao preço dos combustíveis. Numa visão legalista, observamos que cada dono de posto de combustível pode praticar o preço que bem entender no litro.

O QUE ENTENDEMOS

“Se um posto quiser cobrar R$ 10,00 pelo litro poderá fazê-lo porque não tem lei estabelecendo tabelamento, nem tão pouco há norma que exija limite de lucro do setor produtivo”. Esse é o nosso entendimento e reside na ausência de lei que aponta o contrário. E não afirmaríamos isso, se não tivéssemos noção sobre o tema.

ASSIM

É a livre concorrência de mercado que prevalece. Os donos dos postos somente não praticam preços demasiadamente diferentes entre eles por dois motivos: os custos são relativamente parecidos (mas não idênticos) e se um dono de posto praticar um preço muito lá em cima, com margem de lucro maior, haverá esvaziamento de clientes em seu estabelecimento para aqueles outros que cobrarem menos.

MAS A GENTE INSISTE

Não há poder do Procon em interferir no preço do litro do combustível na bomba. Até chegam links de ação do Procon e Florianópolis e Blumenau, por exemplo, na fiscalização. Mas essas ações se direcionam a combater questões que são de competência dessa estrutura: qualidade do combustível, quantidade entregue na bomba e outras relações de consumo, como investigar eventual prática de cartel. E até o fato de posto ter estoque antigo e praticar preço novo antes de esvaziar os tanques. Mas o Procon não pode dizer o preço na bomba. Porque não há lei nesse sentido. Lamentável, mas fato. E não adiante debate exigindo que o Procon haja diferente, porque essa é a realidade.

MAS LAGES FALHA

Não tem, da mesma forma, entender-se como normal a postura omissa do Procon de Lages no tema. E nem tem como apontar os gestores do Procon como culpados pela ausência de notícias de atuação, também em relação aos combustíveis. Lages não tem fiscal investido no cargo. E nesse caso a culpa, a responsabilidade ou a falta dela, reside exclusivamente em cima do prefeito. Ceron sabe, desde que assumiu há mais de 50 meses, que o Procon precisa de fiscal. Um concurso para colocar três ou quatro devidamente investido na função não demoraria, não seria contra a norma e nem afetaria as finanças do município. Daí, essa falha vai para conta do prefeito, com o devido lamento e toda a crítica que a omissão merece.

Registro do mês de março deste ano do Procon autuando posto que vendeu combustível armazenado antes do aumento de preços, por valores novos do reajuste

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