PREFEITURA DE LAGES ALEGA QUE O REFLEXO DO ÍNDICE DO PISO EM TODA A FOLHA DA EDUCAÇÃO TORNA IMPOSSÍVEL ATENDER A REIVINDICAÇÃO
Com escassas informações sobre a postura da Prefeitura de Lages em relação à pressão para pagamento do piso do magistério na ordem de R$ 4.420,55 aos profissionais, o que se apurou é que o problema não estaria em pagar tal montante aos que ganham menos do que referido valor. A dificuldade estaria em repassar o reflexo do índice aos demais professores da rede municipal, visto que alguns têm remuneração bem acima do piso.
Está circulando uma compilação dos 20 maiores salários pagos a profissionais da Educação de Lages. Valores absolutamente justos e legais (não se questiona isso porque foram conquistas ao longo da carreira). Porém, o reflexo do piso se daria também em tais remunerações, elevando em demasia o valor da folha.
OUTRA SITUAÇÃO
A retaguarda jurídica do município tem informações sobre decisões judiciais onde não se estabelece como obrigatório o pagamento do piso do magistério. Haveria apenas uma ‘recomendação’ do TCE/SC nesse sentido. E recomendação de um tribunal administrativo não se configuraria obrigatoriedade.
FUNDEB E SALÁRIO
Registre-se que 70% dos salários de professores e técnicos em educação são custeados com recursos do FUNDEB. Os outros 30% oriundos dessa verba se destinam para a chamada manutenção e desenvolvimento da Educação. É complexo analisar o montante de dinheiro e a destinação ao ensino em cada município, via FUNDEB. Entretanto, a página da CNM aponta o valor que Lages tem direito neste ano. Lembrando que o valor considera o número de alunos atendidos, independente da quantidade de professores
O montante aponta cerca de R$ 9 milhões por mês em média, sendo que R$ 6,3 milhões para custear parte da folha do magistério (entre efetivos e ACT).
CAIXA PRETA?
A Prefeitura não informa qual o custo da folha do magistério atualmente, abrindo esses dados para confirmar que não pode pagar o piso aos professores que ganham menos de R$ 4,4 mil mensais e o reflexo disso aos que recebem mais.
TAREFA AO SIMPROEL
A entidade que representa tão bem os profissionais da Educação de Lages poderia acessar os dados detalhados do dinheiro que chega carimbado para a área, via FUNDEB. E da mesma forma apontar o reflexo da fixação do piso aos profissionais. Assim, derrubaria o argumento de resistência do município em pagar o piso. Em se configurando, é claro essa possibilidade diante da realidade financeira da prefeitura. Até porque soa estranho que o não atendimento da reivindicação, oferecendo-se ‘apenas’ 6% de aumento seja apenas birra do Paço!
Deixamos claro que a pauta de reinvindicações dos professores busca o cumprimento do piso dos professores e melhores condições de trabalho.
Quando falamos de Piso Nacional, estamos falando de vencimento básico, ou seja, do valor que um professor deve receber mensalmente por 40h semanais. Estamos falando do professor contratado, que hoje são maioria na rede pública municipal de ensino.