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São Joaquim pode ‘barrar’ a Klabin?

PELO MENOS A IDEIA É DISCUTIR EM AUDIÊNCIA PÚBLICA SE A EMPRESA PODE OU NÃO REFLORESTAR COM PINUS UMA ÁREA TURÍSTICA

A ocupação de vastas áreas de terras nos municípios mais próximos de Otacílio Costa, Correia Pinto e Lages – onde a empresa possui unidades – faz com que a Klabin, uma gigante da celulose, expanda suas áreas de reflorestamento. Um dos municípios que a empresa tem adquirido terrenos e feito parcerias para reflorestamentos é São Joaquim. Relevo menos próprio à agricultura e pedras em abundância fazem com que a empresa consiga espaços interessantes para plantio. A exemplo daquilo que já faz em Bom Retiro, Lages, Otacílio Costa e assim por diante.

ENTENDAMOS QUE…

Das grandes empresas que atuam na Serra Catarinense desconhecemos uma tão tecnicamente criteriosa quanto a Klabin para definir onde reflorestar. É feito estudo minucioso sobre nascentes e uma série de outras questões que garantam o investimento e não afetem as certificações que a mesma conquista em âmbito nacional e mundial. Há profissionais para cuidar disso. E se a Klabin cuida do impacto ambiental da sua atuação para não afetar as certificações, não contava que uma escolha interferisse na questão turística.

ISSO EM SÃO JOAQUIM

O Ministério Público de Santa Catarina realizará audiência pública no dia 04.10 para que a população de São Joaquim debata os impactos da implantação de uma floresta de pinus pela empresa Klabin em uma área atrativa ao turismo. Um Inquérito Civil foi instaurado pela 1ª Promotoria da Comarca e aponta que o investimento acabaria com o acesso a um local muito utilizado para registros fotográficos.

QUE ÁREA É ESSA

A área fica distante 3 km do Centro e dá uma ampla visão ao chamado Vale do Caminhos da Neve, recebendo visitantes nas épocas de frio intenso, quando a paisagem é coberta por neve e geada. A Promotora de Justiça Daianny Cristine Silva Azevedo Pereira entende que o tema precisa ser amplamente debatido:

“Esse assunto interessa diretamente aos moradores de São Joaquim, pois envolve vários aspectos que impactam diretamente o município e, consequentemente, a vida de cada um, por isso a participação é tão importante”.

O vale que irá virar floresta de pinus no caminho pela SC-114 em direção à divisa com o RS em foto feita pelo joaquinense Mycchel Legnaghi

O ASSUNTO É BEM POLÊMICO

A questão reveste de certo interesse para se encontrar a resposta para a seguinte ponderação:

Vamos supor que se entenda que a Klabin, mesmo considerando os critérios técnicos de não afetar – diretamente – o meio ambiente, não deva reflorestar o local. Perfeito. Quem custeia o proprietário da área ou à própria Klabin, caso tenha adquirido o terreno, pela não utilização do espaço para o fim a que se propôs? Haverá alguma compensação do ente público estatal ou de algum órgão de proteção no sentido de manter as terras livres de pinus ou se castiga o proprietário ‘condenando-o’ a permanecer sem poder fazer uma transação negocial do gênero?

Tomara que a audiência pública debata e responda isso!

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