LAGES HOMENAGEIA ANITA GARIBALDI NAS COMEMORAÇÕES DA SEMANA FARROUPILHA. UMA CAVALGADA ‘ABRIU OS TRABALHOS’
Jornalista Iran Moraes foi o escalado para acompanhar a cavalgada que abriu a Semana Farroupilha em Lages homenageando Anita Garibaldi. Cerca de 50 integrantes percorrendo no lombo do zaino fazendas históricas como Tijolinho e São João, a partir da saída na Igreja Morrinhos, onde uma placa reverencia a Heroína de Dois Mundos, Anita Garibaldi.
No bronze está lapidada a homenagem neste 10 de setembro aos dois séculos de nascimento de Anita Garibaldi, com a Igreja de Morrinhos ao fundo
Presidente da Santur, Henrique Maciel (indicando a placa ao lado do secretário Álvaro Mondadori) veio a Lages para participar da cavalgada e da homenagem à Anita Garibaldi
Que tal esse contraste na sensibilidade fotográfica do jornalista Ary Barbosa de Jesus Filho
SOBRE A CAVALGADA ABRINDO AS
COMEMORAÇÕES FARROUPILHAS

“A cavalgada é simbólica e rememora os cavaleiros que protagonizaram o movimento revolucionário farroupilha (1835-1845). Uma forma de lembrar ‘Ana Maria de Jesus Ribeiro – Anita Garibaldi Filha desta Terra, Heroína de Dois mundos’ como está escrito na placa comemorativa”, destaca o secretário, Álvaro Mondarori Júnior (Joinha).

Conta o jornalista Iram Moraes que: “Anita Garibaldi, segundo relatos de testemunhas que a conheceram (tradição oral), teria vivido sua infância, e bem provavelmente nascido em Morrinhos, na Coxilha Rica”.

Estudantes e professores do Colégio Militar de Lages participaram da cavalgada que reverenciou Anita Garibaldi
Uma imagem representativa daquilo que, por certo, nos deslocamentos de Anita Garibaldi ao lado de Giuseppe nas terras de cima da Serra Catarinense se constatou nos tempos da Guerra Farroupilha
TRECHO DA REPORTAGEM DE IRAM MORAES*
“Felizmente, a filha das estepes americanas ignorava o sentido do medo”. Esta frase faz parte das memórias do general Giuseppe Garibaldi, relatadas ao escritor francês Alexandre Dumas. Como se pode notar, com esta citação épica, o general farroupilha deixou registrado nas entrelinhas de suas narrativas, que a heroína nascera nos campos de Lages. O general Garibaldi se refere, na narrativa, ao episódio que marca a fuga de Anita das mãos dos imperiais, após a Batalha de Curitibanos, em 1839. E ao falar das “estepes americanas”, referia-se, bem provavelmente, aos “campos de Lages”, à Coxilha Rica. Ou seja, em apenas uma linha do livro biográfico, pode estar revelada a naturalidade da heroína. Naturalidade que até cerca de 30 anos atrás ainda era reivindicada pelos italianos.
NASCIMENTO DE ANITA
Três cidades catarinenses reivindicam a naturalidade da heroína: Tubarão, Lages e Laguna, sendo que esta última apegada ao que afirmara Garibaldi quando do protocolo antenupcial, na Paróquia São Francisco, de Montevidéu: “Anita nasceu em Laguna”. Tubarão porque a família dela residiu ali, à margem do rio que dá nome à cidade. E Lages diante de fatos irrefutáveis – especialmente da tradição oral -, que levam a crer que Anita realmente deixou seu umbigo enterrado em seus campos.
ANITA SERRANA
Os lageanos Licurgo Costa e Al Neto, ambos jornalistas e escritores, sustentavam a veracidade do fato de Anita ter nascido numa fazenda serrana. Mas enquanto Al Netto defendia o local de nascimento como sendo na Coxilha Rica (Morrinhos), Licurgo, que exerceu também o cargo de embaixador, tinha por certo que Anita havia nascido na Fazenda Nossa Senhora do Socorro, localizada em área pertencente hoje ao município de Bom Jardim da Serra. Ambos baseavam-se em relatos de testemunhas oculares da história (tradição oral).
DÍVIDA DE LAGES COM ANITA
“Em Lages não há uma rua sequer com o nome de Anita Garibaldi”, reclamava o saudoso Joaquim Wolff, que foi advogado e chegou a presidir a Câmara de Vereadores de Lages, na década de 1970. “A dívida de Lages com Anita deve-se à questão cultural”, sustenta Sílvio Orsatto, atualmente desembargador no TJ/SC, mas que como Juiz da Vara da Fazenda de Lages liderou um grupo de estudos para confirmar a origem do nascimento da heroína. E isto se dá basicamente por envolver a história de uma mulher. Ele entende que se tivesse sido um herói, em vez de uma heroína, as coisas teriam tido outro encaminhamento.
*O inteiro teor da reportagem do jornalista Iran Moraes sobre Anita Garibaldi está no portal da Prefeitura de Lages. As fotos do post são do jornalista Ary Barbosa de Jesus Filho
Pois é nessas horas que vemos que nossos representantes não conhecem a própria cidade, temos a rua Anita Garibaldi ali no Petrópolis quem quiser ver da um Google aí.
Talvez não seja em homenagem,mas que tem tem.