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Sim, a culpa também é da prefeitura

TRAGÉDIA DA NOITE DE DOMINGO TAMBÉM É RESULTADO DE OMISSÕES DO PODER PÚBLICO DE LAGES

Em relação aos protagonistas do acidente na Avenida Presidente Vargas que resultou na lamentável morte de dois jovens lageanos, não nos cabe apontar culpados e nem causas diretas. Há os órgãos responsáveis que coletaram as informações in loco e o farão isso com a diligência de sempre. Cabe, no entanto, observar que ninguém está livre de ser vítima daquele tipo de acidente, inclusive devido à postura do poder público de Lages que poderia, mas não adotou ações para tornar o trânsito local menos inseguro.

FISCALIZAÇÃO MENOS RIGOROSA

Quanto a atual administração assumiu lá nos idos de 2017, optou por não fazer licitação e manter o sistema de fiscalização com redutores eletrônicos que antes existiam na cidade. Da mesma forma, os sistemas que fiscalizavam semáforos (furões) foram desativados. Foi como se o poder público, ao optar por abrir mão desse tipo de fiscalização, desse um recado aos motoristas:

– A cidade é de vocês. Divirtam-se!

PARA PIORAR A SITUAÇÃO

Não bastasse a ausência dos mecanismos eletrônicos de controle de velocidade que existiam anteriormente a atual administração, o sistema de fiscalização presencial se tornou raro, para não dizer inexistente. As blitz com abordagem desapareceram. O radar móvel que no passado surpreendia quem excedia na velocidade saiu do radar. O efetivo de Agentes de Trânsito, fundamentais nessa atuação fiscalizatória, foi diminuindo, sem reposição via concurso.

ENTENDA QUE…

Lages deveria ter, pelo menos, 100 ou mais Agentes de Trânsito. Esses deveriam ter remuneração condizente com a função, atuando em sistema de rodízio para dar ao motorista a visão de que pode ser punido. Mas com menos de 40 profissionais no trecho, pouco dá para fazer além da atuação rotineira. Não há como apontar-lhes como responsáveis pelo ‘não fazer mais’. Mas sim à gestão, ao prefeito, que deveria ter encaminhado concurso e, pelo menos, mantido o efetivo.

INCLUSIVE PORQUE…

Motorista que convive com a sensação de impunidade, vai ingerir bebida alcóolica antes de dirigir. Vai ignorar sinal vermelho. Vai conduzir veículo sem estar devidamente habilitado. E para coibir isso, somente com abordagens (blitz) e um sistema eficiente que registre o avançar o sinal, o excesso de velocidade e outras peripécias que, infelizmente, constituem-se rotina no trânsito de Lages.

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A imprudência, as manobras arriscadas, a indiferença à legislação do trânsito é culpa de cada um de nós, que conduzimos nas ruas da cidade. Mas também é culpa do poder público que, podendo, não estabelece mecanismos de fiscalização mais rigorosos, para não termos a sensação de impunidade. Triste, mas fato: a culpa também é da prefeitura!

E a constatação não decorre somente da tragédia de domingo. Infelizmente, temos perdido parentes, amigos e conterrâneos em acidentes cada vez mais frequentes nas ruas e avenidas de Lages. Até quanto?

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