Geral

Sobre a Festa do Pinhão

Colegas se colocam a avaliar a edição findada da Festa do Pinhão. E alguns o fazem inclusive considerando perrengues vivenciados nos bastidores. Há discurso nas redes sociais e alguns setores reverberam de que ‘a Festa do Pinhão deixou de ser dos lageanos’. Acordem, Pedrinhos! A Festa do Pinhão deixou de ser do lageano faz tempo.

ASSIM

Foi lá quando o então prefeito Elizeu Matos implementou o atual modelo de licitação que recolheu a prefeitura de ter que custear o evento que a Festa do Pinhão foi para as mãos da iniciativa privada. E o modelo é excelente. Porém, tem a realidade de que não é uma festa do lageano e para o lageano. As empresas que vencem a licitação – foi assim com a Gaby e agora com a Opus – ‘compram’ o evento. E chegam aqui com o objetivo de faturar, lucrar. E as empresas não estão erradas ou errando. Elas não são filantrópicas.

PERDA DAS CARACTERÍSTICAS

Há discursos de que as empresas – e especialmente a Opus neste ano -, afastam-se das origens da Festa do Pinhão. Mas a origem do evento é no Calçadão. Depois, no parque, nos tempos áureos do evento, com no máximo um show nacional, quando havia gineteada, torneio de laço e baile na Casa da Tradição. Tudo conforme cantado no jingle do saudoso Chico de Assis. Nada disso comporta mais no atual modelo. É que essas atrações não dão público pagando ingressos a valores mais robustos. Imagina se alguém pagaria R$ 500,00 para entrar no backstage da gineteada!

A FESTA VIROU SHOW

Entrando no parque em uma das duas vezes que estivemos nesta edição, uma empresária perguntava onde eram as exposições. Vinda de Xaxim, visualizou o evento como a Efapi ou a Femi, onde o agronegócio coloca maquinário e outras atrações nos parques de Chapecó e Xanxerê. Explicamos que aqui a atração é o show. Ninguém vai ao parque ver outra coisa. Inclusive porque não tem.

E MAIS

Ninguém paga ingresso para ver o Cristiano Quevedo, o Trinnca ou o Orsoletta no palco nativista, embora nós nativos idolatremos essas atrações porque gostamos muito desse estilo. Mas o povo quer show nacional. Inclusive houve um ano que a Sapecada cobrou R$ 10,00 e o pagante ganhava um CD do festival e houve gente reclamando do preço.

ASSIM E PORTANTO

A Prefeitura não precisa realizar nova licitação para a Festa do Pinhão. A atual pode ser prorrogada por mais quatro edições. Se o fizer, a possibilidade da Opus vencer de novo é grande, porque a empresa é grande. Se retornar a Gaby ou outra empresa assumir, não vai fugir do modelo de manter show como atração principal da Festa do Pinhão.

POR FIM

A Festa do Pinhão é necessária para Lages. Coloca uns R$ 50 milhões movimentando a economia no evento e fora dele. De uma Paneteria que colocou placa sábado no início da noite informando que estava lotada aos hotéis, restaurantes e demais setores da economia que bombaram em termos de movimento e faturamento. Agregue-se a isso a estima do lageano, mesmo muitos não indo ao parque, todos ficam (ou deveriam ficar) faceiros de ver o agito na cidade.

E…

Mesmo um ou outro sendo rabugento e reclamante, o modelo é esse, independente da empresa que tocar o evento. Só não dá para a prefeitura colocar a mão para fazer. Não faz sentido uma cidade com carências gritante em áreas como saúde e infraestrutura, por exemplo, casear uns R$ 10 milhões em um evento e ter que inteirar o montante porque sempre dá prejuízo se gerido pelo poder público (e essa foi a razão da festa ir para as mãos da iniciativa privada). Sigamos desse jeito, respeitando opinião e aplaudindo a Festa do Pinhão!

Das boas imagens para guardar na memória da edição deste ano da Festa do Pinhão

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