HÁ UM ANO ESTOURAVA UMA DAS MAIORES OPERAÇÕES DO GAECO QUE ALTEROU ‘O MOVIMENTO DE ROTAÇÃO’ DA POLÍTICA EM SC
Desde aquele 6 de dezembro do ano passado, a gestão pública em cidades como Lages nunca mais foi a mesma. Nem bem rompia o dia, agentes do Gaeco acordavam envolvidos – e alguns nem tanto – em uma das maiores operações desencadeadas no Estado. O pivô eram as empresas do Grupo Serrana que geria – e ainda o faz em algumas cidades – o sistema de coleta de lixo.
A AÇÃO DO DIA SEIS
Naquele 6 dezembro foram expedidos 15 mandados de prisão, inclusive um secretário e um diretor da Semasa em Lages. Foram cumpridos ainda 108 mandados de busca e apreensão. Bens de 25 empresas e 11 pessoas físcias foram bloqueados. Algo que só não foi tão grande há um ano porque depois se revelou ser maior ainda, com prisões de outros suspeitos de envolvimento ao longo do ano.
REFLEXO POLÍTICO
Se na esfera administrativa, cidades como Lages sofrem os efeitos da descontinuidade nos serviços da coleta de lixo – um efeito colateral que se tornou inevitável – e no campo jurídico cabe aos advogados de defesa e ao Ministério Público se digladiarem enquanto o Judiciário dirá a sentença, na esfera política, a referida operação foi um tsunami. Derrubou lideranças das mais expressivas no Estado, como o prefeito Ponticelli em Tubarão e causou o caos na vida de outros líderes como Antonio Ceron, em Lages.
E…
Mesmo que consigam em instâncias superiores (STJ ou STF) reverter possíveis condenações – até porque o Judiciário de Santa Catarina dificilmente iria absolver um prefeito depois de tê-lo preso e o afastado do cargo -, o estrago político foi feito. Há uma narrativa (das defesas) de ausência de provas e de culpa, mas não há aceno mínimo no Judiciário para recepcionar tal tese em âmbito de SC. Daí que a tendência é termos um ano eleitoral (2024) acompanhado de sentenças que tornem ainda mais desgastados aqueles que protagonizam a referida operação.
Essa imagem circulou imediatamente após a busca e apreensão em Lages. Há uma versão para o amontoado de notas de R$ 200,00 – R$ 100,00 e R$ 50,00. Porém, o registro fotográfico do Gaeco ilustrou a narrativa sobre aquilo que já vinha sendo investigado com antecedência.
06.12.2022 – 06.12.2023
EM QUE SITUAÇÃO ESTÁ?
Conforme já informamos, neste ano não sai sentença sobre a referida operação mensageiro envolvendo agentes públicos lageanos. Na semana que vem termina o prazo para apresentação de alegações finais dos envolvidos. O MP/SC já apresentou suas alegações e mantém a narrativa de que há farto conjunto probatório para condenar aqueles que se tornaram réus. Mas não há presos entre os lageanos. Inclusive, nem prisão domiciliar, nem uso de monitoramento eletrônico (tornozeleira).