IVAN NAATZ (PL) DEFENDE A PROIBIÇÃO DO PLANTIO DE PINUS NA COXILHA RICA. LUCAS NEVES REAGE
“O pinus eliotti apresenta uma série de impactos negativos quando introduzido em ecossistemas não nativos, como é o caso do território da Coxilha Rica. A introdução do pinus eliotti pode causar desequilíbrios no ecossistema local, prejudicando a fauna e flora nativas, além de modificar os processos ecológicos naturais”. A fala do deputado Ivan Naatz (PL) pregando a proibição do plantio de pinus na Coxilha Rica, cujo posicionamento se transformou em projeto que irá tramitar na Alesc soa feito música aos preservacionistas ‘da terra dos outros’.
JUSTIFICATIVA
Naatz justifica a posição contra o reflorestamento, argumentando que a região da Coxilha Rica é um dos locais mais belos do mundo para cavalgadas e pela floresta remanescente de araucárias. O parlamentar afirma que está atento e preocupado com a acelerada expansão do plantio dessas florestas em Santa Catarina. Para ele, é preciso ter uma limitação.
O QUE APONTA NAATZ
“Eu venho acompanhando este tema há cerca de quatro anos. Tenho buscado dados e a Uniplac fez diversos estudos de mestrado que tratam dessa ocupação invasora. É assustadora a extensão da plantação de pinus, que cresce cada vez”.
“…Precisamos delimitar no Estado as áreas em que o pinus pode ser plantado. Do jeito que está hoje em Santa Catarina, estão plantando pinus à vontade. Isso está desequilibrado. A localidade de Coxilha Rica, por seu potencial turístico sustentável e ambiental será um projeto piloto para ampliar a discussão e estudos com as demais regiões do Estado”.
LUCAS NEVES REAGE
Durante manifestação no parlamento nesta quinta-feira, 13, o deputado Lucas Neves (Podemos) disse estar preocupado com o Projeto de Lei (PL) 258/2024, que proíbe o reflorestamento com a espécie pinus elliottii na região da Coxilha Rica. O parlamentar alegou que a medida, se aprovada, vai prejudicar a cadeia produtiva da madeira, que é forte na região:
“Estamos falando de uma cadeia produtiva que gera mais de 20 mil empregos na Serra Catarinense. Pessoas que trabalham com reflorestamento, em serrarias e nas indústrias de papel e celulose. Cito a cidade de Otacílio Costa, que tem grandes indústrias de papel e celulose, assim como a cidade de Correia Pinto. E Lages, que recentemente recebeu uma indústria de produção de MDF, e que também tem fábrica de papel e celulose”.
O deputado Lucas Neves (esquerda) contestou o argumento apresentado por Ivan Naatz,autor do projeto. Segundo informou, o Conselho Estadual de Meio Ambiente autorizou o plantio de pinus sem a necessidade de licença ambiental. Ele disse mais:
“Além disso, existe uma lei federal, aprovada no Congresso Nacional, que retira a silvicultura – cultivo de florestas através do manejo agrícola para produzir madeiras e outros derivados – da lista de atividades que causam degradação ambiental.”
Primeiro, projeto é mal escrito, refere-se a Pinus elliottii, deveria se referir a Pinus spp; segundo, quem deve saber o que plantar em sua propriedade é o proprietário, o mesmo já “doou” 20% ao estado em forma de Reserva Legal, preserva as áreas de preservação permanente e uso restrito. 0 turismo é importante, mas o Pinus spp é importante para todo o planalto catarinense, sem materia prima; Klabin, Berneck, etc…. como ficam? Projeto errado de quem não entende da realidade do Planalto Serrano. Já tivemos as ações ilegais do IBAMA contra a agricultura, agora temos esse projeto sem o mínimo sentido. Querem condenar a Coxilha Rica ao atraso.