GESTÃO DE LAGES ESTÁ EM UM FUNDO DE GUAMPA COM ‘DESINTERESSE’ DAS GIGANTES QUE PODEM REALIZAR O EVENTO
Veio a licitação da Festa do Pinhão que acabou exteriorizando uma realidade preocupante sobre o maior evento de Lages. As grandes empresas como AME, GDO e Gaby Produções – só para citar três exemplos – não apresentaram propostas.
MAS NÃO HÁ MÁGICA
É preciso ser uma grande empresa ou ter relações de confiança com aqueles que detém os contratos com grandes artistas para poder tocar o evento a altura do que é a Festa do Pinhão. Fora isso, o município de Lages se lança a uma aposta de acreditar que algum empreendedor intermediário (respeitosamente falando) consiga entregar uma edição grandiosa.
ENTENDAMOS QUE…
A aposta financeira de quem for tocar a Festa do Pinhão precisa ser grande. Considerando cachês de artistas, estrutura do parque (incluindo som), valor a ser pago à prefeitura, além de gastos com divulgação, impostos e outros custeios como ECAD, segurança e por aí vai, exigem aporte não inferior a R$ 10.000.000,00.
E…
Se essa cifra se constitui um montante a ser ‘caseado’ para esperar noites com tempo bom, parque de exposições bombando e uma boa bilheteria. A informação não é oficial, mas a AME teria marchado com mais de meio milhão de reais de arrecadação a menos do que investiu na última edição que realizou. Isso talvez explique a razão da ausência na licitação deste ano. O modelo constante do edital é ingrato.
QUAL SERIA O RUMO?
A prefeitura não pode licitar a Festa do Pinhão sempre no afogadilho. E embora um pouquinho antecipado neste ano, mesmo assim vem fazendo tudo meio em cima da hora. Precisa fazer uma licitação estendida para 60 meses (a lei permite isso). Daí a empresa vencedora pode planejar de um ano para o outro as agendas de artistas, captação de patrocínio e apoios, além da logística que integra o evento.
COMO ESTÁ NESTE ANO?
A empresa que apresentou ‘a segunda melhor proposta’ está tendo a documentação analisada. Pode vencer a licitação e tocar a Festa. Terá dificuldades para cumprir o previsto no edital sobre a quantidade mínima de shows nacionais. Não há muita opção no mercado de artistas (grandes) com agenda aberta ou livre para daqui 90 dias. E não há como aquela empresa que vencer vir e improvisar. A Festa do Pinhão é muito grande para isso.
O QUE PODERIA SER FEITO?
A prefeita Carmen Zanotto assumiu uma estrutura capenga. A infraestrutura da cidade está ainda caótica. A área da saúde deve virar a chave agora com a contratação de médicos. E na transição não se focou Festa do Pinhão. Não houve providência antecipada do evento. Nesse cenário seria entendível e justificável que a prefeitura chamasse para si a realização de uma Festa do Pinhão mais ‘franciscana’. Colocaria a jóia da coroa que é um único festival nativista sobrevivente no Sul do Brasil – a Sapecada da Canção – no Calçadão e contratava uns dois shows medianos de graça na praça.
ASSIM
Manteria o movimento na cidade, agradaria o lageano que quer uma festa menos cara e preparava caminho para a Festa das Festas em 2026. Algo sem pressa exagerada, sem dar o passo maior que a perna e com argumento justificável. Fora isso, não dá para fazer ideia do que irá acontecer. A torcida é por grandiosidade, porque o evento é gigante. Mas o risco de fiasco está batendo à porta do Paço. Do fiasco ou da conta a ser paga. E nenhuma dessas coisas pode acontecer!

O mar de gente, como na edição do ano passado, não teria sido suficiente para que a empresa que venceu a licitação pagasse o investimento e sobrasse o lucro.
MUDANÇAS, MUDANÇAS E MUDANÇAS
A prefeitura precisa repensar o modelo da Festa do Pinhão inclusive em relação ao fato de cobrar das empresas para que essas organizem o evento. A empresa já sai com R$ 450.000,00 de dívida. Festas como a da Maçã é a prefeitura que paga para que a empresa vencedora da licitação entregue um bom evento. E não tem como se exigir tanto (conforme o edital), se a metade dos dias é de portões abertos no Conta Dinheiro. Não que não devam continuar sendo (de graça), mas a empresa que tocar o evento precisa ser compensada por isso.
IMPORTANTE OBSERVAR QUE…
É inaceitável que a prefeitura de Lages puxe de volta para si a organização e o custeio da Festa do Pinhão nos moldes como ela é com aquele volume de shows nacionais e todo o aparato. Mas tocar um evento mais modesto, preparatório para uma retomada em 2026, é absolutamente justificável.
ENTÃO…
É ou não é um fundo de guampa que a atual gestão precisa encontrar uma saída?