DADOS EPAGRI/CEPA INDICAM QUE NA SERRA CATARINENSE PERDAS NOS POMARES SÃO SUPERIORES A R$ 365 MILHÕES
O aguaceiro de outubro e novembro, bem na época da florada dos pomares teve repercussão na colheita da safra deste ano. E repercussão absolutamente negativa. Pelos dados compilados pela Epagri, considerando todos os 18 municípios da Amures, a maçã da variedade gala apresentou perdas de 30%. E a Fuji, que é colhida mais tarde, sofreu 17% de perdas, somando prejuízos aos fruticultores de R$ 365.828.210,00 do chamado Valor Bruto da Produção.
Pelos dados Epagri/Cepa, o valor somado de perdas na maçã ultrapassa os R$ 365 milhões, constituindo-se mais que o dobro dos prejuízos apontados para a lavoura de soja na Serra Catarinense
1.776 MILÍMETROS
Embora as lavouras de soja tenham apresentado prejuízos volumosos especialmente em Lages e Campo Belo do Sul, o percentual de perda, segundo a Epagri, foi de 16,67%. Esse percentual reflete numa perda estimada de R$ 180 milhões. Mas nenhuma lavoura foi mais afetada pelas chuvas que chegaram a 1.776 milímetros acumulados entre o primeiro dia de outubro e a metade de maio que o milho.
PERDA DE UM TERÇO
De acordo com os dados da Epagri, em levantamento ainda parcial há perdas de 33,28% da lavoura de milho na Serra Catarinense. Isso significa que em cada três plantas, uma foi perdida devido à praga causada pelo excesso de umidade e pela própria chuva que impediu o desenvolvimento da cultura. O prejuízo na lavoura de milho chega a R$ 85 milhões nos 18 municípios da Amures.
Nessa reunião da Amures no final de maio, o presidente do Sindicato Rural de Campo Belo do Sul, Alex Fernando Manfrói (ao microfone) apontou uma situação ainda mais crítica em seu município, onde as perdas na lavoura de soja chegaram a 40%.
O QUE QUEREM OS PRODUTORES RURAIS?
Esses dados Epagri/Cepa vão ajudar os municípios a justificar a decretação de situação de emergência. E tal documento, devidamente reconhecido pela Defesa Civil, permitirá renegociar dívidas e ganhar fôlego para o plantio da nova safra. Há muitos casos de produtores rurais que, simplesmente, abandonaram as lavouras devido ao desânimo gerado pelos prejuízos.