‘Vamos privatizar a Semasa’

GARANTIA FOI DO CANDIDATO A VICE, JAIR JÚNIOR, DE QUE A ESTRUTURA SÓ CAUSA ENCRENCA EM LAGES

Teve durabilidade efêmera o vídeo onde Jair Júnior (Podemos) candidato a vice na chapa de Carmen Zanotto (Cidadania) declara que, em sendo eleitos, pretendem privatizar a Semasa. Observou que tem ‘autoridade’ para falar a respeito pelo conhecimento adquirido ao ter conduzido uma CPI sobre as encrencas na estrutura. Por certo os estrategistas da retaguarda devem ter observado: – Não traga esse assunto para o debate, piá! Tanto que o conteúdo foi retirado devereda das redes sociais de Jair Júnior.

OCORRE QUE…

A estratégia de anunciar e pretender privatizar a Semasa é algo que precisa ser aprofundado. Isso porque, o problema não é o modelo de gestão do sistema de captação, tratamento e abastecimento de água em Lages. O mecanismo é interessante e positivo. Bem mais que nos tempos da Casan, a Semasa – em querendo os gestores – dá resultado efetivo para o coletivo lageano. O problema não está no sistema e na estrutura, está (ou esteve) na gestão, nas pessoas. Se o modelo funcionar feito música, não requer nenhum retoque.

DAÍ QUE…

Se propagar pela privatização do sistema, passa a impressão de uma postura no estilo ‘vamos entregar isso para a iniciativa privada, vamos nos livrar que nem nós nos garantimos’. Ou seja, Jair Júnior que tanto combate os coronéis – e ele tem suas razões na pregação – adota o estilo dos mesmos em relação à Semasa de ‘para acabar com o carrapato, mata o boi’.

Sem contar que não sabemos se o vice tem autoridade para prometer ou pretender fazer algo que só o prefeito pode. O vice no cargo, geralmente tem a função de chacoalhar a cabeça e concordar (e gemer quando discordar).

PERGUNTA ETERNA SOBRE A SEMASA

Isso que, mesmo conduzindo uma CPI sobre a Semasa, nem Jair Júnior conseguiu, ou se colocou a conseguir a responder a mais básica das perguntas sobre a mesma: Quanto se arrecada com tarifa de água e esgoto e qual é o gasto para manter o sistema? E dessa matemática quanto sobra? Se é que sobra. Não houve preocupação em buscar uma resposta técnica assim, mas sim politicar o debate.