ELIZEU SABIA QUE TINHA PROBLEMAS. LIO MARIN NÃO CHEGARIA SEM UM GRUPO O AJUDANDO
Teimosia. Essa palavra pode descrever o comportamento de Elizeu Matos na disputa deste ano em Lages. E ele foi muito longe na tentativa de retornar à prefeitura. Somou 21.021 votos em um cenário que precisaria ter feito o dobro de votos, algo impossível no contexto. Desde o princípio o emedebista sabia que tinha problema jurídico. E não era apenas aquele da impugnação da candidatura. O mais sensato teria sido deixar passar esta eleição, resolver as encrencas e se colocar em condições de disputar uma cadeira a Alesc (em 2026) ou a própria majoritária mais adiante. Mas ele teimou. Entendeu que seria diferente. Não foi.
REJEIÇÃO: A INIMIGA DO EMEDEBISTA
Mais que a questão jurídica, o que tirou Elizeu do cenário da disputa foi a rejeição. Conversamos com ele mais de uma vez. Não aceitava qualquer observação sobre tal situação. Teimosia. As pesquisas de consumo, desde o princípio, indicavam que o candidato do MDB tinha um teto de votos. E não ultrapassava esse teto por causa da rejeição. A postura da ampla maioria dos lageanos de que não votaria no emedebista. E quando há essa resistência em uma eleição, o candidato pode combater tudo, menos a decisão do eleitor de o rejeitar. Aconteceu isso com Elizeu. Mas ele ignorou!
Não sei se as pesquisas que Elizeu Matos dizia ter, possuiam o cenário da rejeição. Os índices eram elevados, algo que não dava para reverter, mas ele preferiu ignorar. A maior parte do eleitorado não havia decidido em quem votar. Mas tinha decidido em quem não votar.
LIO MARIN E A FALTA DE SUSTENTAÇÃO
Quando nos primeiros passos da campanha de Lio Marin se percebeu que Raimundo Colombo não fixaria a imagem e o pedido de votos no candidato do União Brasil, constatou-se que ele estava sem grupo. Ele ficou numa situação delicada porque precisava do apoio dos candidatos do PSD e PP, mas não poderia deixar claro que estava com os partidos do Paço. E foi essa situação que deixou Lio Marin pelo caminho, numa pregação interessante de renovação, mas que não se sustentou porque faltou aparato para uma campanha mais robusta.
Houve ainda outros erros pelo caminho, como a definição do vice, que em termos de votos não somou e a falta de uma retaguarda que ‘vendesse’ melhor o projeto. Se o resultado não desanimar Lio Marin, ele ainda pode contribuir bastante com Lages em enfrentamentos mais adiante. Mas ele precisa ter paciência e entender a voz das urnas, até porque, não é entrando aos 45 minutos do segundo tempo numa partida que ele quer chegar e resolver. Tudo tem seu tempo!