NÚMEROS APONTADOS A PARTIR DO CENSO SÃO BEM MENORES QUE A REALIDADE NUA E CRUA DA CIDADE
Lages não tem favelas. Isso é ponto pacífico. Entretanto, possui conjunto de moradias situado em áreas – ou locais – que se enquadra na precariedade de residências daquela forma (favela) situada em grandes centros. E talvez isso precisa ser explicado pelos técnicos do IBGE, antes de dar ao lageano uma ideia de que a favelização estão entre nós. Ademais, as áreas que possuem moradias precárias são em quantidade maior que naqueles bairros citados: Morro da Querosene e Morro Grande, bairros Ipiranga e Passo Fundo, Várzea, Pisani e Ferrovia, além do Dom Daniel.
OS DADOS DO IBGE
O Instituto aponta apenas 990 residências abrigando 3.222 pessoas nas áreas conceituadas como de moradias precárias. Seriam aquelas situadas em áreas verdes, reservas de preservação, invações de áreas públicas e similares. Entretanto, a quantidade de imóveis nessa condição é bem maior. Não cita, por exemplo, o bairro Chapada onde mais de 20 residências estão construídas em área de risco e imprópria. Está fora do mapa do IBGE ainda construções em bairros como Nadir, Penha e até na área ribeirinha do Santa Maria, margens do rio Ponte Grande.
Embora em grau menor, por causa das desapropriações, mas ao longo da futura (sic!) Avenida Ponte Grande há um conjunto de moradias cuja precariedade é própria de favelas, embora não se conceituem como tal.
COMO ATACAR ISSO?
Houve avanços. O programa Lar Legal (TJ/SC) e suas variantes em Lages apresentou bons resultados com pessoas tendo a escritura do terreno onde residem, podendo investir na moradia com maior segurança. Mas em termos de política habitacional a atenção em Lages foi demasiada discreta. O cenário deve melhorar com a expectativa de, pelo menos, 500 novas residências até 2028. “Vamos fazer bem mais que isso”, apontou a prefeita eleita de Lages, ao ser lembrada da promessa de campanha dessa quantia de novas moradias em 4 anos.
Esse retrato é de 2022 e aponta o êxito de um programa que deu resultado satisfatório em Lages viabilizando título de propriedade para quem paga IPTU, mas não tem escritura. É burocrático, demorado, mas se constitui uma das formas de incentivar as pessoas a investir mais no que passa a ser seu.