A REGRA QUE EXIGE QUE PARTIDOS FAÇAM UM QUANTITATIVO MÍNIMO PARA ELEGER CADA VEREADOR NÃO PERDOA
Espelhados no exemplo dos candidatos a vereador Rafael Flores e o popular Cenoura, segundo e terceiro mais votados em São Joaquim e que ficaram fora da lista de eleitos, temos realidades na mesma linha em Lages.
E…
Isso se deve à regra do quociente eleitoral, onde os partidos precisam somar um número mínimo de votos para conquistar cada vaga na Câmara. E o cálculo é simples: pega-se o número de votos válidos (excluem-se votos em branco, nulos e abstenções) e se divide pelo número de vagas na Câmara. Desse resultado, cada vez que um partido somar tal número, conquista uma vaga. E há ainda, depois da distribuição nesse critério, a eleição pelas sobras, calculadas entre aqueles não eleitos peloprimeiro cálculo, mas que somaram mais votos.
‘INJUSTIÇADOS’ DA PARÓQUIA
Neste ano tivemos a realidade do professor Arthur Rodrigues (PT). Fez uma campanha excelente, conquistou a simpatia e muitos votos. Foi o 11º mais votado somando 1.605 votos. Mas ficou fora porque o PT não chegou aos 5.400 votos que se constituíram o quociente eleitoral. Mas o professor Arthur não é caso isolado em Lages.
Professor Arthur mostrou nas urnas que é uma nova liderança boa de votos em Lages
OUTROS EXEMPLOS
Os 1.146 votos obtidos por Maurício Batalha em 2020 o colocaram com maior votação que quatro outros que acabaram na lista de eleitos. Fez mais votos, por exemplo, que Jean Felipe e Freitinhas, que depois acabaram presidentes da Câmara. E Batalha acabou não assumindo um único dia, embora tenha ficado suplente do Cidadania.
Batalha retornou à lista de eleitos neste ano, mas em 2020 fez mais votos que quatro candidatos eleitos e mesmo assim ficou fora por causa do cálculo do quociente eleitoral
MAIS EM LAGES
Sérgio Godinho optou por resolver a parada em 2016 e retornar à política, concorrendo à Câmara. Filiou-se ao desconhecido PTC e foi muito bem na campanha. Somou 1.538 votos e ficou como o 6º mais votado na Câmara. Entretanto, ‘esqueceu’ que precisava que os demais colegas de PTC fossem bem também e, sem chegar ao quociente eleitoral, ficou fora da lista de eleitos. Naquela eleição, o vereador Chagas fez quase a metade dos votos atribuídos a Godinho e acabou ficando com uma das vagas.
Godinho já foi deputado, Secretário de Estado, concorreu a prefeito (foto) e tentou em 2016 ser vereador. Fez votação espetacular, mas a regra eleitoral o tirou da lista de eleitos
Nestas eleições todos os partidos participaram do cálculo para sobra eleitoral, pois o STF, em fevereiro, entendeu inconstitucional a exclusão.
https://www.conjur.com.br/2024-fev-28/stf-inclui-todos-os-partidos-na-ultima-fase-da-divisao-das-sobras-eleitorais/