COMARCA DE LAGES PREPARA PRETENDENTES A ADOTAR UMA CRIANÇA E MAIS DE 20 PESSOAS ESTÃO NA FILA
Na década de 1970 para cumprir uma promessa religiosa, minha mãe veio de Cerro Negro a Lages e adotou uma criança. Gesto nobre que na época não exigia maiores formalidades. Meio século se passou e atualmente é preciso toda uma ritualística para adotar uma criança. O gesto nobre dos casais, numa atitude humanitária gigante, tem nos tempos de agora um apoio técnico importante na Comarca de Lages.
ASSIM
Além de submissão a uma fila de espera, um curso prepara aqueles que pretendem adotar. Inclusive a frequência presencial por 15 horas – em quatro encontros – é pressuposto obrigatório para se habilitar. Significa que ninguém adota uma criança sem conhecer das obrigações e demais questões que envolvem a prática. Isso é bom para quem adota e para a criança que ganha um novo lar. Assim, ninguém adota por impulso, podendo se arrepender adiante. Há a conscientização, orientação e os alertas que se agregam ao desejo de ter filho ou filha.
A turma atual tem 24 pretendentes, que participam de atividades conduzidas pela assistente social Lilian Hack Hellt e pela psicóloga Mariana Brandalise.
COMPLEXIDADE E BELEZA DO ATO
“Este é um momento crucial para quem quer adotar. É agora que se fala das motivações, desafios, angústias e dúvidas sobre o processo que virá”, destaca Lilian Hellt. A psicóloca Mariana Brandalise cita que o curso aborda temas fundamentais para a adoção responsável, incluindo desenvolvimento infantil, vínculos afetivos, mitos e preconceitos, além de estratégias de comunicação e escuta ativa. “É fundamental que os pretendentes compreendam a complexidade e a beleza do ato de adotar, que vai muito além do desejo de ter um filho”.
COMO É O PROCESSO DE ADOÇÃO
A adoção é um ato legal e afetivo que permite a formação de vínculos familiares com crianças e adolescentes que estão sob proteção do Estado. O processo começa com a entrega de documentos na Vara da Infância e Juventude onde o pretendente reside. Em seguida, há uma avaliação psicossocial e a participação obrigatória em um curso preparatório. Após essas etapas, o juiz pode conceder a habilitação, e o pretendente passa a integrar o Sistema Nacional de Adoção. A partir daí, aguarda-se a compatibilidade com uma criança ou adolescente. Quando isso ocorre, inicia-se o estágio de convivência, supervisionado pela Justiça. Se tudo correr bem, o juiz emite a sentença de adoção, oficializando o novo vínculo familiar.





