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Maçã: Linha de crédito anti-granizo

FOI O PEDIDO APRESENTADO AO SECRETÁRIO CHIODINI (AGRICULTURA) PELA AMAP, DEPUTADO LUCAS NEVES E LIDERANÇAS DE SÃO JOAQUIM

Embora, como bem lembra a presidente da AMAP – Associação dos Produtores de Maçã e Pera de SC, Sheila Forgerine Zanete, o granizo tenha sido apenas um dos fatores complicadores da produção em São Joaquim (o calor de fevereiro e março foi bastante prejudicial especialmente à variedade Fuji), a entidade está batendo à porta do Governo do Estado em busca de ajuda. Nesse sentido uma reunião levou vereadores, a própria presidente da AMAP e o deputado Lucas Neves a buscar apoio para o setor.

O QUE SE BUSCA?

A AMAP lidera a cruzada para conseguir que o Governo do Estado, via Secretaria de Estado da Agricultura, crie uma linha de crédito emergencial voltada à proteção dos pomares contra o granizo. A proposta tem como objetivo atender especialmente os pequenos produtores atingidos por eventos climáticos recentes e cada vez mais recorrentes na Serra Catarinense.

DADOS DAS PERDAS

Durante a reunião com Carlos Chiodini, o deputado Federal que está Secretário de Agricultura de Santa Catarina, foram apresentados dados sobre os prejuízos provocados pela intensa tempestade de granizo registrada no dia 19 de abril na localidade de Boava, interior de São Joaquim. Segundo levantamento da Epagri, mais de 100 propriedades foram atingidas, e cerca de 83 produtores foram diretamente afetados, com perdas em uma área de 414,5 hectares. A estimativa de danos supera R$ 17 milhões, incluindo destruição de frutas da variedade Fuji, que estavam em fase inicial de colheita, e rompimento de estruturas de proteção como telas e palanques.

Durante a reunião, a presidente da AMAP, Sheila Forgerine Zanete, defendeu a criação de uma política pública de crédito acessível, com subsídios de até 30% e financiamento sem juros para instalação de telas antigranizo e outras soluções de mitigação de riscos.

O QUE DIZ SHEILA ZANETE

“É uma demanda real, urgente e legítima dos produtores que perderam tudo. Precisamos de respostas rápidas, mas também de planejamento de longo prazo. O que pedimos ao Governo é apoio para proteger um setor que movimenta a economia da nossa Serra e sustenta uma das cadeias produtivas mais importantes do Estado. São Joaquim é o maior produtor de maçã do Brasil e representa o segundo maior PIB agropecuário de Santa Catarina. Essa responsabilidade precisa ser reconhecida com políticas públicas eficazes”.

PROVIDÊNCIA PRÁTICA

Atualmente, cerca de 80% das áreas produtivas da região seguem sem qualquer tipo de cobertura. Técnicos da Epagri ficaram responsáveis por elaborar, nos próximos dias, um levantamento com o investimento necessário para viabilizar o programa em escala regional. Além das coberturas individuais, foi debatida a viabilidade de estruturas coletivas de proteção, como a implantação de canhões antigranizo. Essa tecnologia utiliza ondas de choque geradas por gás acetileno para desestabilizar a formação do granizo nas nuvens, impedindo que as pedras de gelo se formem ou cheguem ao solo com força destrutiva. Em cidades como Vacaria (RS), o equipamento já é utilizado com bons resultados em pomares de maçã e vitivinicultura.

O secretário Chiodini (direita) afirmou que a Secretaria da Agricultura está empenhada em encontrar soluções técnicas e viáveis.

REGISTRE-SE QUE…

O deputado Lucas Neves, que articulou o encontro, também ressaltou a importância de transformar a crise em oportunidade de avanço para o setor. “Esse episódio acende um alerta sobre a vulnerabilidade dos nossos agricultores. A prevenção tem que virar política de Estado. Nosso papel é garantir que o pequeno produtor tenha acesso às ferramentas de proteção e que o campo continue forte, produtivo e competitivo.”

Conteúdo: Catarinas Comunicação – Assessoria de Comunicação da AMAP | Texto e fotos: Lizzi Borges

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