Geral

Uma ação de R$ 33 bilhões em Lages

PROCESSO IMPETRADO NA COMARCA EVIDENCIA O TIPO DE SITUAÇÃO QUE O JUDICIÁRIO TAMBÉM PRECISA ADMINISTRAR

Naturalmente a gente preserva as partes por uma questão de respeito e legalidade. Entretanto, a presente situação ronda o rol das questões curiosas – para não dizer absurdas – que chegam às estruturas do Poder Judiciário para decisão. Algumas são mais estranhas que as outras, mas há aquelas que beiram o absurdo e exigem que os Magistrados, Assessores e a ‘Máquina do Judiciário’ atuem para dar os encaminhamentos devidos.

A AÇÃO DE R$ 33 BILHÕES

Uma pessoa alega ter prestado serviços de ‘orientações espirituais’ para uma moradora de Lages por 7 anos, com início na década passada (2014) em caráter exclusivo. Narrou que o acordado não teria sido cumprido e pediu uma indenização de R$ 100.000,00 e mais esse tanto a título de dano moral. Pediu também justiça gratuita (quando não se tem condições de arcar com custas do processo sem prejuízo ao sustento). O Magistrado, compreensivo, avaliou a situação e deferiu a justiça gratuita até porque 7 anos de serviços pode (não significa que vai) dar causa a uma indenização nesses patamares.

OCORRE QUE…

Passados 15 dias do protocolo da ação na Comarca de Lages (vamos omitir até a Vara Cível para respeitar o sigilo) adveio uma medida que é normal no processo que é um aditamento à inicial. E a manifestação dos advogados da autora argumentaram que o valor da causa era infinitamente maior que os R$ 100 mil inicialmente solicitados.

Até printamos, preservando as informações das partes, sobre o valor atribuído pela autora porque é difícil crer numa realidade apenas narrada dos números apresentados. Sim, o valor pleiteado é superior a R$ 33 bilhões

PROVIDÊNCIA

O Magistrado, que deve ter sido surpreendido com a situação anormal, retirou a concessão da justiça gratuita, pedindo mais informações no processo. Inclusive solicitou tais informações sob pena de considerar a ação um gritante assédio processual, uso abusivo da máquina judiciária e hipótese de litigância de má fé.

A ação deu entrada na Comarca de Lages. Não é segredo de justiça e ronda o rol das curiosidades no Judiciário local por se constituir, disparada, a ação que envolve mais dinheiro em toda a história da existência da Comarca.

UM EXERCÍCIO DE CURIOSIDADE

SOBRE O QUE SIGNIFICAM R$ 33 BILHÕES

Incursionamos alguns comparativos sobre o significado desse valor pleiteado na ação impetrada na Comarca de Lages na casa dos R$ 33 bilhões de reais:

SILVIO SANTOS – O valor representa 8 vezes mais que a fortuna deixada por Silvio Santos que seria de R$ 4 bilhões;

VÉIO DA HAVAN – O montante seria quase o dobro da fortuna divulgada pelos meios do empresário Luciano Hang

FROTA DE LAGES – Se todos os lageanos resolvessem ajudar a pessoa alvo da ação e vendessem seus veículos numa média de R$ 100.000,00 cada, a frota da cidade que é de 130.000 veículos licenciados aqui, não seria suficiente para pagar a metade do valor pedido.

MAIS COMPARATIVOS – O montante equivalente a 40 anos da arrecadação de Lages. E se ganhasse a ação em Lages, a autora seria uma das 10 pessoas mais ricas do Brasil.

IMPORTANTE

O post não possui qualquer propósito de ridicularizar as partes diante de uma situação que é real, embora exagerada, para não dizer absurda. Inclusive se preserva todas as referências para não identificar as mesmas. Aquilo aqui posto se propõem apenas a evidenciar uma curiosidade e dar ao público uma ideia de questões que o Poder Judiciário precisa administrar. Até porque, a realidade do pedido caminha no rol das coisas impossíveis de se atender. Penso!

Compartilhe

1 thought on “Uma ação de R$ 33 bilhões em Lages”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *