DADOS PARCIAIS DA EPAGRI INDICAM OS PREJUÍZOS NO SETOR AGRÍCOLA. ASSUNTO FOI LEVADO À ALESC POR LUCAS NEVES
“Os agricultores da Serra Catarinense estão enfrentando a pior crise dos últimos 25 anos, em decorrência das fortes chuvas, afetando a safra atual. O volume de perdas estimado supera R$ 200 milhões”.
Foi o que alertou o deputado Lucas Neves (Podemos) durante fala no plenário da Alesc acenando um pedido de ajuda ao setor agrícola da Serra Catarinense, afetado pelo excesso de chuva no período entre outubro do ano passado e a metade deste ano de 2024.
MIL MILÍMETROS A MAIS
O parlamentar lageano apresentou um histórico sobre o volume de chuvas na região desde 1995. Nesses 29 anos, o deputado destacou que a média de chuvas foi de 1.899 milímetros por safra. “Na safra atual, chegamos a quase três mil milímetros de chuva, o que representa mil milímetros a mais do que a média. Imagine o agricultor ter que conviver com tanta chuva durante os períodos de plantio e colheita”.
O QUE SE PEDE
Segundo Lucas Neves, os produtores rurais pedem prorrogação dos prazos para o pagamento das dívidas daqueles afetados, ampliação e melhora do seguro agrícola, linhas de créditos emergenciais, além de benefícios fiscais. Pediu aos catarinenses a mesma atenção dada aos gaúchos:
“Faço um apelo ao governo para que os agricultores catarinenses possam ter benefícios semelhantes aos concedidos aos agricultores gaúchos por conta do grande volume de chuvas. A chuva que prejudicou bastante o Rio Grande do Sul também chegou até aqui de uma maneira que estamos sofrendo com essas perdas”.
PERDAS APRESENTADAS NA ALESC
Lucas Neves citou um acumulado de 2.903 milímetros no período de chuvas, equivalente ao plantio e colheita da atual safra. “De acordo com um relatório das cooperativas Copercampos, Cooperplan, Copérdia e Cravil, nas cidades de Lages, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Correia Pinto, São José do Cerrito, Palmeira, Otacílio Costa e Bom Retiro, o setor deve enfrentar uma perda de faturamento de R$ 210 milhões da safra”, aponta o parlamentar baseado em dados que chegaram até ele.
EPAGRI APONTA PERDAS MAIORES
Pelo relatório preliminar da Epagri, o quantitativo de chuva foi um pouco menor enre outubro e metade de maio (1.776 milímetros). Somente em outubro e novembro do ano passado, época do plantio, o acumulado nos dois meses chegou a 855 milímetros (cinco vezes maior que a média mensal). E os prejuízos no levantamento da Epagri são mais significativos que aqueles apontados por Lucas Neves.
ALGUNS NÚMEROS
A lavoura de soja teve prejuízos de R$ 180 milhões. Dados parciais das perdas nas lavouras de milho na Serra Catarinense chegam a R$ 85 milhões. E os pomares de maçã amargam um prejuízo, pela queda na produção, superior a R$ 365.828.000,00. No somatório, portanto, em dados ainda parciais, as perdas no setor agrícola ultrapassa os R$ 600 milhões devido às chuvas.
Alex Manfrói, que preside o Sindicato Rural de Campo Belo do Sul, nessa reunião da Amures no final de maio, apontou que somente a soja em seu município apresentou perdas na ordem de 40%.
Apenas 60% da safra havia sido colhida quando das chuvas intensas na virada de abril para maio. Por causa disso, o excesso de umidade na lavoura causou perdas que levaram produtores rurais até a abandonar a atividade porque não compensou retirar a soja imprópria para o mercado dos locais de plantio.