COLEGAS DAS LIDAS NA COMUNICAÇÃO SE COLOCAM A INTERPRETAR A RAZÃO DA VOZ DAS URNAS EM LAGES
Coube ao colega Milton Barão enumerar aquilo que acredita serem 10 razões para que Carmen Zanotto vencesse as eleições de Lages. Ele não apontou a principal: mérito. Palavra que resume o conjunto de situações que a fizeram trocar o conforto de um mandato parlamentar em Brasília pelas inevitáveis encrencas que se constituem a gestão de uma prefeitura como Lages.
DAS RAZÕES CITADAS
Campanha milionária e fundo partidário (dinheiro à vontade) – São duas referências apontadas por Barão para a vitória da candidata. Na verdade, a campanha está longe de ser milionária. Já se fez campanha em Lages com gastos superiores a R$ 3 milhões. O limite da legislação não permite ir além dos R$ 1,3 milhão. Ademais, a logística para a candidata esteve longe de ter ‘dinheiro à vontade’. Numa campanha eleitoral isso não existe!
Questão da megaestrutura – Da mesma forma, o que houve foi um planejamento de retaguarda que permitiu utilizar o dinheiro angariado de forma oficial na exteriorização da campanha. Entretanto, absolutamente longe daquilo que é uma ‘megaestrutura’ numa campanha eleitoral.
Apoio do governador e dois deputados – Voto não transfere. Ninguém vota por causa do apoio de terceiros. Lages testemunha isso ao longo da história. Coruja perdeu em 2008 com apoio do então senador Colombo e do governador LHS. Ceron perdeu em 2012 com apoio do governador Colombo.
80 candidatos a vereador – Essa quantitativo de puxadores de votos é apontado como um dos motivos da vitória. Mas nesse caso é mérito. Mérito de ter fechado uma boa coligação, ao contrário de concorrentes como Elizeu que se isolou com o MDB e outros nanicos no cenário da disputa.
Diálogo com entidades e empresários – Também fator apontado como razão da vitória. Mas todos os candidatos tiveram diálogo com o setor produtivo. Os quatro principais candidatos foram à Acil, CDL e visitaram empresas. Elizeu inclusive tinha como vice um empresário de um dos maiores grupos empresariais de Lages.
Isolamento do vice na hora certa – Esse fator citado como fator que ajudou Carmen Zanotto não prospera. A decisão por Jair Júnior foi um risco calculado. Percebeu-se que ele agregava mais que tirava votos. Coube a ele, na campanha, dar aqueles recados mais ásperos que a candidata não o faria. Ficou evidente que o estilo de fazer política de Jair Júnior não o leva longe, mas já o levou ao cargo de vice. Em momento algum Carmen isolou o vice, inclusive o defendendo (como no debate) e sempre o mantendo ao lado.
Vamos aguardar na gestão, mas na campanha o vice versa. Jair Júnior permaneceu o tempo todo como co-protagonista da disputa, inclusive pelo entendimento que ele somava (e deve ter somado considerando o resultado) na busca de votos. Conceituamos-o como ‘erro necessário’ de Carmen na caminhada. Mas pela voz das urnas, o erro era nosso!