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O caso do falso médico em Lages

SITUAÇÃO ALERTA PARA A NECESSIDADE DE REFORÇO AO PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Embora a legislação não permita a identificação pessoal do rapaz de 26 anos preso em Lages por se passar por médico sem a respectiva formação, o estelionatário é de Balneário Camboriú e utilizava um registro falso de São Paulo. “Inclusive realizou plantão como médico no hospital Infantil Seara do Bem”. É o que informa a Polícia Civil no trabalho de investigação conduzido pela DIC de Lages.

O QUE O LEVOU À PRISÃO

Após ter iniciado a atividade médica, sem o respectivo curso superior no Hospital Seara do Bem, o falso médico tentou integrar a equipe da UPA de Lages. Entretanto, nessa estrutura de saúde para acessar o quadro de pessoal é feito consulta em um sistema nacional. Foi onde os dados não bateram e a Polícia Civil foi acionada. O falso médico, preso em flagrante quando atuava com o CRM de um profissional paulista, possui outros registros policiais por delitos diversos.

Aí está o rapaz preso ‘dando consulta’ para o mural da Polícia Civil após a prisão em flagrante

NÃO DÁ QUASE NADA

E por mais que o comportamento do rapaz que se fez passar por médico cause preocupação a pais que tiveram seus filhos atendidos no Hospital Seara do Bem, a encrenca do preso não é das maiores. O estelionato lhe rende pena mínima de 1 ano de reclusão e o exercício ilegal da medicina tem pena mínima ainda menor de 6 meses. As penas máximas são, respectivamente, de 5 e de 2 anos. Significa que, após a prisão, o falso médico vai responder aos delitos em liberdade e a divulgação do nome do mesmo somente poderia ocorrer após o trânsito em julgado de sentença condenatória. Se alguém expuser o nome dele antes pode responder por crime maior que aqueles que ele praticada.

E O HOSPITAL SEARA DO BEM?

A instituição hospitalar lageana de referência inconteste poderia se manifestar perante a coletividade sobre o caso, informando que vai – isso se for – adotar protocolo para evitar que esse tipo de situação se repita. Até porque, se na UPA foi possível verificar a falsidade, não deveria ser diferente no Seara do Bem.

Inclusive porque estavamos falando de vidas, de seres humanos, crianças que estão expostos ao risco de serem atendidos, diagnosticados e medicados por alguém que não tem formação para isso.

ATUALIZANDO O CASO

O Hospital Seara do Bem emitiu uma nota de esclarecimento que, de certa forma, ameniza o episódio. Cita que o falso médico realizou ‘poucos atendimentos’. Observa no conteúdo que foi um caso isolado (ainda bem) e que estão sendo monitorados os pacientes atendidos no plantão em que o rapaz preso atuou como terceiro médico. E ainda observa que serão revistos protocolos em relação às contratações. É o mínimo!

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