LAGEANO FALA EM PROTEÇÃO AO CAMINHO DAS TROPAS E DISCORDA DO COLEGA DO PL SOBRE RESTRIÇÃO AMPLA NA COXILHA RICA
Nem oito, nem oitenta. Deputado Ivan Naatz tem dados que o levam a liderar a cruzada pela proibição ao plantio de pinus na Coxilha Rica. E a preocupação maior é que esse engessamento venha ser estendido, de forma gradativa, para outras partes de Santa Catarina, numa interferência no direito sagrado da propriedade. Mas o próprio Naatz aponta que não. A ideia se concentra em restringir o plantio tão somente na Coxilha Rica pelas razões que o parlamentar expõe. É um projeto que dificilmente passará no parlamento e, passando, pode ser barrado na hora da sanção. Mas o debate, como sugere Naatz, não deixa de ser interessante.
Naatz disse que seus dados se baseiam em estudos feitos na Uniplac e apresentou o contraste da intervenção de florestas de pinus na vegetação nativa
MARCIUS FAZ CONTRAPONTO
Porque no calor do debate o deputado Ivan Naatz, com base em informações que recebe, porque não conhece a fundo a realidade lageana, faz referência à fila em busca de sopa por alguns pessoas em Lages. Sim, temos isso na cidade. É ruim vivenciarmos essa realidade de desigualmente, mas por outro lado, ainda bem que há iniciativas e gestos para amparar aqueles que precisam. E o deputado Marcius foi feliz na sua ponderação, observando que busca de comida por necessitados, embora vivamos em um Estado com excelentes índices de desenvolvimento social, não é situação exclusiva de Lages.
O QUE DIZ MARCIUS
“É um projeto de grande relevância sobre o pinus, mas o deputado se exalta um pouco desqualificando Lages como a cidade que está na fila da sopa. Uma pequena parcela pode estar necessitada, como tem em Blumenau, Joinville, Florianópolis, como tem em qualquer cidade”.
O QUE ELE PENSA
Marcius Machado (PL) admitiu alguma restrição no plantio. Ele avaliou mudanças no plantio do pinus na Coxilha Rica, sugerindo manter um corredor protegido em ambos os lados do corredor do Caminho das Tropas. “Precisamos de ajustes no corredor dos tropeiros, lá precisa de proteção, pode ser 10 km para um lado e para outro”, sugeriu Machado, que ressaltou a importância da manufatura do pinus para as papeleiras de Lages, Otacílio Costa e Correia Pinto.
Coube a Marcius Machado, com a diplomacia de quem é colega de bancada de Ivan Naatz, um contraponto sobre o debate relacionado à restrição de pinus na Coxilha Rica
Apoio total ao projeto do Deputado Ivan Naatz, que visa preservar a cultura, história, meio ambiente e as diversas atividades econômicas associadas principalmente à pecuária e ao turismo na Coxilha Rica, região que moldou a identidade do povo serrano. A aprovação desse projeto é para ontem!
Posicionar-se contrário a esse projeto é o mesmo que defender a devastação dessa região em prol do lucro exacerbado de duas grandes multinacionais, com a desculpa da geração de empregos, sendo que nos plantios os empregos são na maioria precários, temporários e de baixos salários, ou seja, do jeito que o IDH baixo gosta, e isso sem falar dos impactos ambientais imensuráveis e da total descaracterização dos contextos históricos e culturais que a atividade da silvicultura está causando na região.
E é importante deixar bem claro que em momento algum o projeto visa proibir plantações de pinus em outras regiões, propõe proibir apenas na Coxilha Rica, região que ocupa uma área ínfima no estado, o que na prática teria impacto também ínfimo no setor madeireiro.