HOMEM QUE MATOU ANA JÚLIA FOI CONDENADO A MAIS DE 34 ANOS DE PRISÃO EM JULGAMENTO NO TRIBUNALDO JÚRI
“É o meu aniversário e ganhei o que esperava. Mas estou vivendo um misto de alívio e tristeza, pois a justiça foi feita, porém a vida não volta”.
As foram de Raquel Batista dos Santos, mãe de Ana Júlia dos Santos Floriano, assassinada a tiros quando estava grávida, em crime ocorrido em junho de 2021, após o término do julgamento que se estende até às 20h30min da quarta-feira, 04, em Lages. O autor confesso do assassinato (feminicídio), Lucas de Oliveira, foi condenado a uma das penas mais severas da história dos julgamentos em Júri Popular em Lages: 34 anos, quatro meses e 25 dias de reclusão.
A Promotora de Justiça, Rafaela Póvoas Cardozo Lehmann, apresentou as provas aos jurados, juntamente com o assistente de acusação Vinícius Velho de Castro. Durante os argumentos a representante do MP/SC, órgão responsável pela acusação, apontou:
“Um crime dessa natureza tira a harmonia e a paz da sociedade, gerando medo, revolta e comoção, e é essa sociedade que nós defendemos. Somos a voz da vítima clamando por justiça”.
AGRAVANTES DO CRIME
Ana Júlia Floriano tinha 19 anos e estava grávida, fato resultou no aumento da pena, conforme prevê o Código Penal. No dia do crime, ela conversava com a prima no apartamento quando foi surpreendida pela chegada do ex-companheiro, Lucas. Iniciou-se, então, uma discussão, que resultou em três tiros e no homicídio. O contexto dos fatos levou o MP/SC a citar três qualificadoras na denúncia, todas reconhecidas pelos jurados: o feminicídio, pois o crime foi cometido no âmbito na violência doméstica e familiar; o motivo torpe, pois o réu agiu movido pelo ciúme; e o recurso que dificultou a defesa da vítima, afinal os disparos impossibilitaram qualquer reação.
Eram 13h10min do dia 16 de junho de 2021 quando essa câmera no prédio da Prefeitura de Lages registrou o autor do crime correndo em disparada após matar Ana Júlia. No ano seguinte (agosto de 2022) ele foi preso em Itapirubá e permaneceu recolhido ao sistema carcerário até o julgamento. Ele permanece preso, sem direito de recorrer da pena em liberdade.